Entenda o procedimento e como conquistar a propriedade de forma rápida e legal
O processo de usucapião extrajudicial é uma alternativa moderna e mais ágil para regularizar imóveis ocupados há anos sem necessidade de ação judicial. Ele permite que o ocupante legítimo adquira a propriedade legal diretamente no cartório, desde que cumpra os requisitos previstos em lei. Este conteúdo foi desenvolvido em parceria com a imobiliária VOWE Imóveis, que acompanha de perto o mercado imobiliário e entende a importância da segurança jurídica e da regularização de propriedades para compradores e investidores.
Esse tipo de usucapião foi criado para desburocratizar o processo de regularização e reduzir o tempo que, antes, poderia levar anos na Justiça. Com o apoio de advogados especializados e documentação correta, é possível obter o registro da propriedade em um período muito menor, garantindo valor de mercado e tranquilidade jurídica ao imóvel.
O que é a usucapião extrajudicial
A usucapião extrajudicial é o procedimento realizado diretamente em cartório que permite o reconhecimento da propriedade de um imóvel sem a necessidade de processo judicial. Ela foi instituída pela Lei nº 13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil) e regulamentada pelo Provimento nº 65/2017 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Esse modelo é uma evolução da usucapião tradicional, que dependia exclusivamente da via judicial. O novo formato permite que o reconhecimento da propriedade seja feito pelo cartório de registro de imóveis, desde que o ocupante comprove posse contínua, pacífica e de boa-fé por determinado período.
Além de ser mais rápido e menos custoso, o processo extrajudicial evita disputas prolongadas e garante segurança jurídica a quem já exerce posse legítima sobre o bem.
Quem pode solicitar o usucapião extrajudicial
Qualquer pessoa que exerça posse sobre um imóvel de forma contínua, pacífica e sem oposição por determinado período pode solicitar a usucapião extrajudicial.
As situações mais comuns envolvem:
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Pessoas que compraram um imóvel com contrato particular, mas nunca registraram a escritura.
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Ocupantes que moram há anos em um terreno abandonado ou sem proprietário identificado.
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Herdeiros que mantêm posse de imóveis sem formalização de inventário.
O importante é comprovar que o imóvel foi utilizado de forma legítima, sem disputas ou interrupções, e que o requerente age de boa-fé.
Tipos de usucapião aplicáveis ao procedimento extrajudicial
O processo de usucapião extrajudicial pode ser utilizado em diferentes modalidades previstas no Código Civil. As mais comuns são:
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Usucapião extraordinária: exige posse por 15 anos, podendo ser reduzida para 10 anos se houver moradia habitual ou atividade produtiva.
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Usucapião ordinária: exige posse por 10 anos com justo título e boa-fé.
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Usucapião especial urbana: destinada a imóveis urbanos de até 250 m², ocupados por mais de 5 anos, utilizados para moradia própria e sem outro imóvel registrado em nome do possuidor.
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Usucapião especial rural: aplicada a áreas de até 50 hectares, quando o possuidor vive e trabalha na terra por mais de 5 anos.
Cada modalidade tem requisitos específicos de tempo, área e finalidade de uso, por isso é fundamental a análise técnica de advogados para definir o enquadramento correto antes de iniciar o processo.
Como funciona o processo de usucapião extrajudicial passo a passo
O procedimento é realizado em etapas bem definidas e deve ser conduzido com acompanhamento jurídico e técnico. Veja como funciona:
1. Contratação de advogados especializados
A presença de advogados é obrigatória no processo extrajudicial. Eles são responsáveis por preparar o requerimento, reunir os documentos, acompanhar as notificações e representar o requerente junto ao cartório.
Além disso, o advogado analisa o histórico da posse, verifica se há impedimentos legais e garante que todas as exigências do Provimento nº 65/2017 sejam cumpridas.
2. Elaboração da planta e memorial descritivo
Um profissional habilitado (engenheiro ou arquiteto) deve elaborar a planta do imóvel e o memorial descritivo com base em levantamento técnico. Esses documentos devem ser assinados pelo possuidor e pelos confrontantes (vizinhos limítrofes), demonstrando que não há conflitos de divisas.
3. Reunião da documentação
Entre os documentos necessários estão:
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Documento de identidade e CPF do requerente.
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Comprovante de residência.
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Planta e memorial descritivo do imóvel.
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Declarações dos confrontantes.
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Certidões negativas de propriedade em nome do requerente.
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Provas de posse (contas de luz, água, IPTU, fotos, recibos).
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Justo título, se houver.
Esses documentos comprovam a ocupação contínua e a boa-fé do possuidor.
4. Protocolo do pedido no cartório
O pedido é protocolado diretamente no cartório de registro de imóveis da região onde o bem está localizado. O oficial registrador analisa se a documentação está completa e pode solicitar complementações, caso necessário.
5. Notificações e publicações
O cartório notifica os antigos proprietários e os confrontantes, dando a eles prazo para se manifestar. Caso ninguém conteste a posse, o processo segue normalmente.
Também são feitas publicações em jornais locais e no Diário Oficial, assegurando transparência ao procedimento.
6. Análise do Ministério Público
O Ministério Público é comunicado sobre o pedido de usucapião e pode apresentar manifestação, garantindo que o processo esteja de acordo com a lei e não prejudique direitos de terceiros.
7. Registro da propriedade
Com a aprovação de todas as etapas, o oficial do cartório emite o registro de propriedade em nome do possuidor, que passa a ser o proprietário legal do imóvel.
Essa é a etapa final, e o imóvel passa a ter valor de mercado, podendo ser vendido, financiado ou transferido normalmente.
Diferenças entre usucapião judicial e extrajudicial
A principal diferença entre as duas modalidades está na via de tramitação.
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Usucapião judicial: ocorre através de processo na Justiça, geralmente mais demorado, podendo levar anos. É obrigatória quando há disputa de posse, falta de documentos ou oposição de terceiros.
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Usucapião extrajudicial: é feita diretamente no cartório, sem necessidade de juiz, desde que todas as partes envolvidas estejam de acordo e não haja contestação.
Na prática, o procedimento extrajudicial pode ser concluído em poucos meses, enquanto o judicial costuma levar anos.
Vantagens do processo extrajudicial
Optar pela usucapião extrajudicial oferece benefícios significativos:
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Rapidez no reconhecimento da propriedade.
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Menor custo em comparação com a via judicial.
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Desburocratização e facilidade no trâmite.
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Segurança jurídica validada por cartório e Ministério Público.
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Valorização imediata do imóvel regularizado.
Além disso, a regularização formal permite que o proprietário utilize o imóvel em financiamentos, venda legalizada e inventários, fortalecendo o valor do patrimônio.
Quando a via judicial é necessária
Nem todos os casos podem ser resolvidos em cartório. O processo extrajudicial é inviável quando há:
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Conflito entre ocupantes e antigos proprietários.
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Ausência de documentos técnicos ou de identificação da área.
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Falta de assinatura dos confrontantes.
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Contestação formal durante o procedimento.
Nessas situações, o caso deve seguir pela via judicial, onde o juiz analisará as provas e decidirá pela concessão ou não da propriedade.
O papel dos advogados na regularização por usucapião
Os advogados são essenciais tanto na usucapião extrajudicial quanto na judicial. Eles garantem que o processo siga corretamente, evitando nulidades e atrasos. Além disso, orientam o cliente sobre qual tipo de usucapião se aplica ao seu caso e quais provas são mais eficazes para comprovar a posse.
A atuação técnica desses profissionais assegura que o processo tenha respaldo legal e que o imóvel seja regularizado de forma definitiva.
Conclusão: segurança e rapidez na regularização da propriedade
O processo de usucapião extrajudicial é uma ferramenta eficiente e moderna para regularizar imóveis de forma rápida, segura e reconhecida legalmente. Ele oferece uma alternativa acessível para quem possui um bem há anos, mas ainda não conseguiu registrá-lo formalmente.
Com o suporte de advogados e profissionais técnicos qualificados, é possível transformar a posse de fato em propriedade de direito, garantindo valorização patrimonial e tranquilidade jurídica.
Regularizar é investir na segurança do seu patrimônio e no futuro da sua família.